quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Sucessos e erros das manifestações de 21 de setembro

 


A PEC da Impunidade foi aprovada na Câmara dos Deputados na terça-feira, dia 16, e já no dia 21 de setembro, domingo, as ruas foram tomadas por manifestantes. A indignação demonstrada nas redes sociais já indicava o sucesso das manifestações antes delas serem marcadas. A força das manifestações enterrou a PEC e a esperança de algumas dezenas de políticos de escaparem de investigações. Ao mesmo tempo, confirmou a condenação de Jair Bolsonaro e dos seus aliados envolvidos na tentativa de golpe e em outros crimes, porque os manifestantes, naturalmente, levaram junto a pauta contra a anistia, que sozinha não tivera grande sucesso em manifestações anteriores. As manifestações bolsonaristas ficaram ainda menores comparadas com as do dia 21 de setembro.

domingo, 17 de agosto de 2025

Os resultados antidemocráticos do voto obrigatório

 

No Brasil o voto é obrigatório desde a independência, em 1822. É curioso que a esquerda em sua maioria defenda tal obrigatoriedade como democrática. Seria algo politizador e uma garantia da participação popular. Os defensores de esquerda do voto obrigatório têm o hábito de iniciar suas argumentações com um discurso sobre a miséria do povo. A miséria e ignorância do povo justificariam obrigar esse mesmo povo a votar. A direita, que sempre dominou o parlamento, e sempre manteve o voto obrigatório, é que estaria enganada, ou pensando no bem do povo? Os senhores de escravos do Império, as elites políticas da República velha, Vargas, as duas ditaduras do século XX, todos mantiveram o voto obrigatório.

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Trump acelera a queda do dólar

 


É verdade, como disse Trump, que a substituição do dólar como moeda de referência internacional equivaleria aos EUA perderem uma guerra mundial. Diga-se de passagem, foi a Segunda Guerra Mundial, quando os EUA tornaram-se uma superpotência econômica, que levou aos acordos de Bretton Woods, onde os países capitalistas acordaram usar o dólar como nova divisa internacional. Fixou-se então que os EUA poderiam emitir 35 dólares para cada onça que tivessem de ouro. Mas em 1973, tendo os EUA gasto muito ouro, e precisando gastar muito com a guerra no Vietnã, Washington rompeu essa parte dos acordos de Bretton Woods e o dólar passou a ser emitido a bel prazer do banco central estadunidense, o Federal Reserve. Desde então, os EUA se beneficiam de toda a emissão de dólares, e o mundo todo paga por sua desvalorização contínua. É uma forma de roubar o mundo todo. Devido a políticas econômicas liberais, os EUA se desindustrializaram nas últimas décadas, perdendo o verdadeiro lastro do dólar. Porque na verdade, embora os EUA não garantissem mais ter uma onça de ouro por cada 35 dólares, todo o planeta sabia que poderia conseguir qualquer mercadoria desejada por dólares, pois mesmo que algum país não aceitasse mais essa moeda, os próprios EUA teriam a mercadoria, graças à sua economia completa. Mas agora, os EUA importam muito mais, não só em dólares, mas na realidade, em mercadorias, do que exportam. O que sustenta esse luxo, e mantém o padrão de consumo dos estadunidenses elevado, é o dólar ser a moeda mundial. Portanto, realmente, se o dólar perder essa posição, a população dos EUA vai sofrer como a derrota de uma grande guerra, e as consequências são imprevisíveis.