Existiram no Brasil, e vou argumentar que ainda existem, os
chamados escravos de ganho. Esses escravos trabalhavam por conta própria.
Muitos não viviam com seus senhores, nem com nenhum senhor. Não tinham
capataz, não eram vigiados pelos seus donos. A grande diferença entre eles e
homens livres era que eles tinham que pagar o jornal, ou a diária, uma quantia
fixa, calculada por dia (mas que podia ser paga por semana, mês etc. conforme
combinado), para seus senhores. Por isso “de ganho”, na perspectiva dos
senhores, como se estes tivessem ações rendendo juros.