terça-feira, 21 de março de 2017

Teorias da conspiração, lógica formal e a cultura da corrupção

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Nikolai Sarikov, em um artigo sobre a mídia ocidental, afirma que as populações do “ocidente” são mantidas na infantilidade. É só como se pode explicar as versões novelescas e conspirativas que agora pululam na internet.  Se um escândalo de corrupção cria problemas para  os exportadores de carne brasileiros, então isso já estaria planejado! O mesmo vale para as empreiteiras, e valeria até para a Petrobrás, que na verdade nunca foi afetada, a despeito das mentiras primeiro dos coxinhas, e agora dos petistas. Seria tudo parte de um grande plano! Que pessoas que pouco militaram caiam em estorinhas novelescas é triste mas compreensível, mas velhos militantes sabem que nada nunca sai como os planos! Ou como bem dizia Carl von Carsewitz, o mais genial dos planos não resiste ao mais mínimo contato com o inimigo. Decorar essa frase é fácil, compreendê-la é amadurecimento.

Não se pode esperar mais que lógica formal de teorias da conspiração e estorinhas maniqueístas. Por exemplo, ou bem o combate à corrupção é certo, ou é um ataque imperialista e uma manipulação.  O mundo real é mais complexo! O Brasil vive uma crise política, moral, cultural etc. profunda, correspondente à próxima (agüenta uma década?) queda do regime de 1988. A corrupção é endêmica, insuportável, já paralisou o país muito antes das prisões começarem. Os escândalos de corrupção não crescem porque alguém deseje, ou porque presidente tal ou tal liberou a Polícia Federal, mas porque a corrupção é generalizada e crescente, assim como a indignação popular. Qualquer cidadão pode fazer denúncias, anônimas, pela internet, ao Ministério Público Federal, e se o assunto for da alçada federal a PF investigará, por norma. Como a corrupção é muita, as denúncias são muitas e uma ou outra a PF pega. Não é conspiração, é podridão!