Já é claro que as manifestações refluíram. Ainda não terminaram e talvez não terminem tão cedo, mas estão menores e divididas, resultado da falta de projetos que unifiquem o movimento e de todo o trabalho das forças conservadoras para esvaziar as manifestações, assim como do próprio desenvolvimento do movimento, quando alguns setores resolvem tomar medidas específicas para pautas específicas. Já é possível iniciar um balanço geral sobre o que aconteceu. As manifestações deixaram nítida a desmoralização do regime de 1988, e sabemos que esse tipo de crise não costuma ter volta, mas vamos ao poucos.
1 – O refluxo.
Todos os recursos foram utilizados para fazer refluir o
movimento. Vamos tratar aqui de alguns.
1.a – Desde o início, como é comum, as grandes TVs abertas,
principal meio de domínio do capital estrangeiro sobre o Brasil, condenaram e
criminalizaram o movimento. A reação popular a essa prática foi enorme,
obrigando essas TVs a recuarem e pedirem desculpas. Porém, elas não pararam de
criminalizar, só abrandaram a linguagem. Passaram a tentar inclusive dirigir o
movimento.
1.b –Quando as manifestações se tornaram muito massivas e a
conversa paga das TVs não conseguiu manter as pessoas em casa, a polícia
disfarçada e somada a grupos de extrema direita passou a atacar os
manifestantes que portavam bandeiras vermelhas. Queriam decapitar as
manifestações, pois sem comunistas as massas são muito mais manipuláveis. Os
agrupamentos que aderiam a essa política fascista eram levados pelos próprios
policiais para atos de vandalismo, para dar conteúdo às acusações sujas das
grandes TVs. Bastou a esquerda se unir e reagir e os fascistas e policiais afastaram-se,
passando a dedicar-se somente à destruição. Quando não pode expulsar os
comunistas, a direita começou a se retirar.
1.c – Foi lançada toda uma boataria que visava amedrontar e
afastar parte dos manifestantes. O velho boato do golpe militar foi difundido
em massa. Trata-se de muita ignorância. Os militares, quando deram o golpe de
1964, tinha planos, vinham tentando tomar o poder já por vinte anos. Tentaram
em 45 quando derrubaram Getúlio, em 54 outra vez quando levaram Getúlio ao
suicídio, em 55 não queriam deixar Juscelino tomar posse, em 62 tentaram outra
vez, tentando não deixar Jango tomar posse, e só em 64 enfim conseguiram. Em
resumo, não é fácil assim. Pelo contrário, é provável que parte dos militares
tenha simpatizado com as manifestações. Hoje eles não têm um plano para o país,
não têm unidade, não têm uma tradição golpista, assim como não têm o respaldo
popular que tinham em 64.
Também a boataria partidária foi grande, para afastar os
membros dos partidos adversários. Então, para afastar os tucanos, dizia-se que
a manifestação era orquestrada pelos petistas. Para afastar os petistas, que
era antipetista. Para afastar os comunistas, que eram de direita. Para afastar
a direita, que eram manipuladas pelos comunistas. Mais uma vez, boatos
possíveis somente porque a ignorância política é muito grande. Qualquer um que
já tenha feito política sabe que manifestações desse tamanho não podem ser
artificiais. Qualquer partido gostaria de ter tanto poder, gostaria!
1.d – Parte da boataria, mas talvez o mais forte boato, são
as pesquisas. Se uma notícia reduziu as manifestações foram as “pesquisas”
publicadas pelas grandes TVs, sugerindo a possibilidade da derrota de Dilma em
2014. Não que as pessoas a amem, mas têm um medo mortal da volta ao poder dos
tucanos e da direita em geral. Hoje, noventa ou oitenta por cento dos eleitores
petistas votam no PT contra a direita, por medo da direita. Alegam, para votar
no PT, quase sempre, somente, que em caso contrário correríamos o risco da
volta da direita. É obviamente uma mentira. Basta dizer que a direita se
desmoralizou e perdeu grande parte de seus recursos durante esse movimento, e
que os candidatos de direita a Dilma não ganharam pontos nas pesquisas.
Contudo, assim como tem poder sobre o eleitorado de Dilma, o medo da volta da
direita pode e está sendo usado para abafar as manifestações, e as pesquisas
são usadas para isso. Tanto as pesquisas anteriores às manifestações, que davam
altos índices de popularidade à presidenta, quanto as atuais, não merecem
nenhuma credibilidade, até porque vêm de fontes reconhecidamente mentirosas.
Sobretudo o boato de que a direita retomou espaço é
lunático. A direita brasileira está passando pelo seu pior momento desde que
perdeu os escravos em 1888. Perdeu agora a força das TVs, que estão
desmoralizadas. Há anos, e mesmo nesse momento, os políticos de direta têm sido
obrigados a dois tipos de disfarce – alguns simplesmente migram de partidos
mais à direita para partidos mais à esquerda, outros mudam o nome dos próprios
partidos, ou criam novos, sempre com nomes mais à esquerda. Se fossemos
acreditar em nomes, não existiram mais partidos de direita no Brasil. Mesmo o
antigo PDS, partido da ditadura, acabou dando um jeito de se chamar Democrata,
e uma parte dele, não contente, agora se denominou Social Democrata. Assim como
a imprensa, não há partido que queira se confessar de direita.
1.e – Os governantes, nacionais, estaduais e municipais,
passaram a fazer mais promessas que se estivessem em campanha. O ditado “entregar
os anéis para não perder os dedos” tornou-se obsoleto. Os governantes fizeram
chover anéis! Assim foram retirando as
bandeiras dos manifestantes. No caso da presença livre, se for aprovada
nacionalmente, acabará com todo um movimento, o MPL, que foi central nessas
manifestações e acabará por ter vencido. O governo não vai querer novas
manifestações por passe livre em 2014!
1.f – A tudo isso soma-se a fraqueza e a força do movimento
desde o seu início – a falta de projetos! As pautas do movimento, muito
pequenas, muito econômicas, foram sendo conquistadas ou nem sequer têm poder de
mobilização real. O movimento tornou-se grande por um sentimento de repulsa ao
atual regime político, é o que se pode ler na maioria dos cartazes. Mas não
existe um projeto para resolver essa questão central, e o governo prometeu a
“reforma política”, do qual trataremos à frente.
1.g – O refluxo não significa que seja o fim. Certamente,
mesmo que seja o fim de um momento de explosão social, a sociedade não será a
mesma nos próximos anos. As manifestações tendem a ser mais numerosas e maiores
que no período anterior a Junho, até porque o povo aprendeu que pode ganhar.
2 – O significado
O passe livre é bandeira antiga, sempre levou poucas
centenas ou poucos milhares para as ruas brasileiras. As massas agruparam-se ao
movimento depois da repressão policial e do apoio nojento das TVs à polícia. Em
resumo, foi um movimento de significado político, tanto que a própria
presidenta, outros políticos e comentaristas políticos entenderam e passaram a
defender a necessidade da famosa “reforma política”, uma resposta aos anseios
populares. Sem a declaração de reforma política é provável que o movimento não
tivesse refluído.
É interessante compreender que antes do governo cair nas
mãos do PT tal revolta seria impossível. A população então canalizava suas
esperanças para as eleições, esperando que o PT mudasse o país. Após dez anos
petistas essa ilusão desapareceu. Por isso hoje os manifestantes se voltam
contra o regime, são antieleitorais, o que ficou mais óbvio pelo
antipartidarismo. A sorte do regime político de 88 e do PT agora se
confundem. Quanto mais o PT se desmoraliza,
mais o regime de 88 se aproxima de seu fim, e o PT em si não tem significado
fora desse regime, sempre jogou todas as suas fichas em prometer que poderia
melhorar o país sob a Constituição de 88. Quando o PT propõe a “reforma
política” e mesmo uma Constituinte, está tentando salvar o regime e a si mesmo.
A história mostra que a única forma de um regime político se
salvar depois de ficar desmascaradamente impopular é uma razoável reforma
política. Os políticos que já compreenderam isso, as velhas raposas, estão
tentando tudo de que são capazes, mas a simples demora da presidenta em
apresentar os pontos da tal reforma são sintoma de que a montanha, mais uma
vez, vai parir um rato, ou seja, uma reforminha que não enganará ninguém. O
regime talvez não tenha capacidade sequer de se salvar. Descobriremos em poucas
horas, quando a presidenta apresentar os pontos que propõe mudar e os
congressistas derem sinais de que aceitam ou não.
3 – A direita apavorada
As manifestações já não deixam a direita dormir em paz, nem
mesmo quando tenta usá-las, mas o anúncio de uma “reforma política”, que
escrevo entre aspas porque acho que será medíocre ao ponto de só poder ser
escrita assim, fez as TVs e todo resto da direita esquecerem os manifestantes e
voltarem todas as suas baterias contra essa “reforma”. Detalhe, antes de
conhecer seu conteúdo!!! Que medo! Que pavor! Antes mesmo de ser feita a
proposta toda a direita entrou em desespero. Trata-se de muita incapacidade.
Manter o regime de 88 vivo é do interesse da própria direita, aliás, quase só
dela, e como temos dito, para sobreviver o regime precisa agora de um show de
pseudo-mudanças.
4 – As propostas de “reforma política”
4.a – Uma das mais fortes propostas é o voto distrital. Os
deputados passariam a ser eleitos um por distrito, e não mais por coligações
estaduais. Não é uma proposta de esquerda, mas de direita pois favorece o poder
financeiro. Cada distrito reuniria algumas cidades, portanto cada eleição
gastaria o equivalente ao gasto de uma candidatura a prefeito em uma grande
cidade. Apesar disso, seria um avanço, pois é melhor do que o sistema atual, em
que os eleitores nem entendem no que estão votando e o poder financeiro já é
dominante, de forma que nas últimas eleições nenhum candidato que gastou menos
de um milhão de reais se elegeu deputado federal por Minas Gerais. O voto
distrital permitiria candidaturas sem partido, se assim fosse aprovado na
reforma política.
4.b – A melhor proposta em pauta é o voto em lista fechada, em que os
eleitores votariam nos partidos somente. Seria altamente politizador e
democrático, mas apesar de ser uma proposta do governo tem a oposição da
maioria dos deputados, de toda a direita, das TVs e não é uma proposta
simpática ao povo, que não gosta dos partidos (coisa que aliás não é de hoje).
A aprovação ou do voto distrital, ou do voto em lista
fechada, ou mesmo do sistema misto, daria ao regime um fôlego, pois seriam
mudanças que aguçariam a curiosidade da população, que voltaria a apostar nas
eleições ao menos por mais alguns anos. É muito possível que o governo proponha
o distrital misto, ou seja, teríamos metade dos deputados eleitos por distrito
e outra metade pelos partidos ou coligações.
4.c – O fim das coligações é uma proposta forte entre os
grandes partidos. Tem o mesmo objetivo da cláusula de barreira, que é excluir
os pequenos partidos. Ora, seria suicídio! São exatamente os grandes partidos
os mais desmoralizados, os que contam dezenas de denúncias de corrupção. Deixar
o regime só com os partidos grandes e desmoralizados seria uma coisa que
apressaria o fim do regime de 88. Um dos maiores prejudicados seria o PCdoB,
fiel cachorro do PT, que só elege deputados em coligação com o PT. Os deputados
pseudocomunistas teriam que optar entre se filiarem de uma vez ao PT ou
perderem os mandatos. Muito comunistas que por questões sentimentais permanecem
no PCdoB teriam que buscar outros partidos ou virarem petistas.
4.d – As forças verdadeiramente socialistas não conseguiram
ainda chegar a um grau de unidade em que consigam aprovar e defender com força
uma proposta de reforma política. A única proposta mais ou menos avançada que
está em pauta é o financiamento público das campanhas eleitorais. Todos sabemos
que vários países adotaram essa política, aliás odiada pela direita, mas não
resolveram nada com isso. O financiamento privado continua ilegalmente e o
poder financeiro se mostra na política também dominando a grande imprensa e
fora dos períodos eleitorais. Segundo as declarações da presidenta, essa
proposta deve estar incluída no projeto que apresentará.
4.e – Algumas propostas permanecem à beira da unanimidade na
esquerda e entre as massas. O fim das reeleições mesmo de parlamentares, com a
finalidade de dificultar que política se torne uma “profissão”; A
revogabilidade dos mandatos; O fim dos assessores e a drástica redução dos
salários dos políticos etc.
4.f – Algumas propostas ainda são muito fracas, mas poderiam
ser fortes, a exemplo do fim da federação, portanto do Senado com seus dez mil
funcionários, dos 27 governadores e seus secretariados e de mais de 1000
deputados estaduais com seus respectivos assessores.
No geral, como a história ensina, se a reforma política não
vier o regime de 88 está condenado. Se vier e for positiva, prolongará a vida
do regime. Se vier e for uma contra-reforma, por exemplo deixando somente os
grandes partidos, a vida do regime de 88 será abreviada. Como não será nenhuma
reforma significativa, não resolverá nada, e o regime terá no máximo mais uns
10 ou 15 anos.
5 – As TVs desmoralizadas
Para quem não sabe é importante informar que as TVs
“brasileiras” são na verdade estrangeiras. Servem descaradamente ao poder de
Washington, e é comum, entre o Brasil e os interesses de qualquer país do
norte, ficarem contra o Brasil. Essas TVs são a coluna vertebral da direita
brasileira, e juntos merecem a designação infame de Partido Português, pois
continuam defendendo a recolonização do Brasil.
A forma de recolonização existente hoje no mundo, a forma
que funciona para o capitalismo, é o domínio econômico. Então a tática do
Partido Português atualmente é o liberalismo econômico. Se a economia
brasileira estiver aberta aos capitais, como os capitais estrangeiros são muito
maiores que os brasileiros, logo toda nossa economia estará sob domínio
estrangeiro. Contudo, é um golpe muito descarado, já compreendido por todos.
Engana somente quem quer ser enganado, ou seja, os militantes do Partido
Português, gente conduzida pela rede Globo.
A desmoralização das TVs durante os movimentos foi clara!
Para início de conversa as manifestações cresceram também em resposta às TVs,
pois estas ficaram contra os manifestantes. As TVs não conseguiram abafar o
movimento, por mais que tentassem. Também merece destaque o fato de que as
pautas levantadas pelos manifestantes não são nem de perto as pautas repetidas
há vários anos pelas TVs. Essa talvez tenha sido a maior decepção da direita!
Naturalmente, as TVs não desistiram (não são pagas para isso) e continuaram
tentando dirigir o movimento e retomar o prestígio político. Fizeram coro ao
antipartidarismo, tentando voltá-lo contra os partidos revolucionários, e
talvez assim tenham ensinado o povo a respeitar esses entre todos os outros
partidos.
É tamanha a desmoralização das TVs abertas que as massas nas
ruas berravam “O povo não é bobo, abaixo a rede Globo”, e hostilizavam
repórteres, viravam carros das emissoras. A Globo e outras grandes TVs passaram
a ter que fazer suas coberturas escondendo seus símbolos, ou escondidos em
prédios altos e helicópteros. O coro das TVs contra a “reforma política”
certamente foi compreendido pela população, que agora apóia a “reforma”, antes
mesmo de saber de que se trata.
6 – Fracassos das tentativas de instrumentalização
6.a – Claro que a direita se infiltrou e tentou empurrar as
manifestações para a direita. Com os olhos nas eleições de 2014, tentaram puxar
o Fora Dilma. Ficamos sabendo de duas tentativas dessas, uma em Barbacena,
outra em BH. Nenhuma delas conseguiu atrair nenhum (NENHUM) manifestante.
6.b – Os fascistas tentaram manipular as manifestações primeiro
atacando a esquerda fisicamente (não sem ajuda da polícia), e quando isso se
tornou difícil, tentaram a própria manifestação em seu principal reduto, São
Paulo capital, quase só onde eles existem, e onde se concentra grande parte da
população brasileira. Só conseguiram somar seus próprios militantes, uns
quinhentos, o que para São Paulo é ninguém.
6.c – Os verdes tentaram também capitalizar o movimento para
seu novo partido e suas candidatas, mas também não passaram de algumas
centenas.
6.d – Por fim, também as tentativas da verdadeira esquerda
de fazer movimentos só seus ficaram esvaziadas, embora não tanto.
6.e – As tentativas petistas foram as mais inadequadas, fora
de hora, e custaram caro à imagem do PT, com uma de suas bandeiras queimada na
rua.
7 – Ensaio para o povo e os revolucionários
O que vivemos não chegou a ser uma insurreição, mas foi
quase! O povo das grandes cidades viveu um ensaio insurrecional, conheceu as
suas próprias forças e as forças das tropas. No início do movimento nós o
comparamos com a Revolta do Vintém (1879-1880), mas o movimento atual já
ultrapassou as conseqüências do Vintém logo que os políticos começaram a recuar
e prometer, sobretudo quando prometeram a “reforma política”. Agora, é hora do
povo aprender que uma “reforma política” vinda do regime político que se
precisa derrubar naturalmente será uma
pseudo-reforma. Só poderá aprender isso sofrendo.
7.a – Para os revolucionários foi um choque perceberem que a
população mal os diferencia dos outros partidos. Foram atacados pelas fascistas
enquanto manifestantes de direta berravam “Partido não” e “Oportunistas”. Um
tapa na cara! Um merecido tapa na cara! As pancadas que receberam fez os
partidos revolucionários, pela primeira vez em muitos anos, se unirem.
Retomaram seu papel nas manifestações e as últimas manifestações, com a direita
afastada e resmungando, tinham outro coro, “Bandeira na mão, Liberdade de
Expressão”. A força da esquerda também se refez quando o movimento começou a
realizar Assembleias, pois como todos já perceberam graças à internet, a
direita não tem capacidade argumentativa nenhuma. Mas é óbvio que não basta. Não
estamos disputando as manifestações, mas o futuro! Os partidos revolucionários
têm se desmoralizado porque não têm sido revolucionários!
7.b – Os anos futuros serão anos de profunda disputa
ideológica e política, uma disputa sobre o futuro, sobre o regime que queremos
quanto o atual tiver caído. Parte da direita, já se pode notar há alguns anos,
voltou a defender a ditadura, acha que 30 anos são suficientes para que a
população tenha esquecido. É preciso mostrar ao povo um outro caminho, de uma
democracia proletária, o que exige um potente sistema de comunicações e a
coragem de dar exemplos nos Sindicatos, Umes e DCEs.
7.c – Os partidos revolucionários brasileiros não têm
jornais, não têm comunicação. Os que têm não contam. São alguns punhados
enviados para os militantes para que tentem vendê-los a R$ 1,00 ou R$ 2,00.
Quando mesmo os grandes jornais de papel estão passando por dificuldades,
perdendo assinantes, alguns fechando as portas, a esquerda brasileira quer
vender jornais... O que precisamos são de centenas de milhares, milhões de
jornais, e distribuídos de graça. Sim, nenhum grupelho tem capacidade para
isso. Temos que somar forças e recursos. Também precisamos de provedores
próprios de internet, e de sites com interatividade, incluindo nossos próprios
blogs. Precisamos também produzir vídeos, profissionalmente. Em resumo,
precisamos de toda uma rede de comunicações.
7.d – Não basta divulgar, quando se dá exemplos contrários
ao que se diz. A esquerda revolucionária brasileira é viciada em aparelhar
Sindicatos, DCEs e Umes, usando exatamente o mesmo processo que os partidos
grandes utilizam para controlar o estado, uma pseudodemocracia, quase sempre as
velhas e sujas eleições diretas. Outro desenho de democracia, soviético,
precisa ser empregado. Nos DCEs temos que entregar o poder aos CAs, nas Umes
aos Grêmios (mesmo antes destes existirem, sim) e temos que inventar formas
realmente democráticas pela qual os operários possam dirigir seus sindicatos. Se
não quisermos dar o exemplo nas organizações sobre as quais temos influência,
então porque o povo deveria acreditar em nossas boas intenções?
Comentários
Aqui em Bom Despacho foi só uma micareta contra o PT, mais nada...Abs do Lúcio Jr.