Balanço dos movimentos de massas que aconteceram no Brasil em Junho de 2013


Já é claro que as manifestações refluíram. Ainda não terminaram e talvez não terminem tão cedo, mas estão menores e divididas, resultado da falta de projetos que unifiquem o movimento e de todo o trabalho das forças conservadoras para esvaziar as manifestações, assim como do próprio desenvolvimento do movimento, quando alguns setores resolvem tomar medidas específicas para pautas específicas. Já é possível iniciar um balanço geral sobre o que aconteceu. As manifestações deixaram nítida a desmoralização do regime de 1988, e sabemos que esse tipo de crise não costuma ter volta, mas vamos ao poucos.

1 – O refluxo.

Todos os recursos foram utilizados para fazer refluir o movimento. Vamos tratar aqui de alguns.

1.a – Desde o início, como é comum, as grandes TVs abertas, principal meio de domínio do capital estrangeiro sobre o Brasil, condenaram e criminalizaram o movimento. A reação popular a essa prática foi enorme, obrigando essas TVs a recuarem e pedirem desculpas. Porém, elas não pararam de criminalizar, só abrandaram a linguagem. Passaram a tentar inclusive dirigir o movimento.

1.b –Quando as manifestações se tornaram muito massivas e a conversa paga das TVs não conseguiu manter as pessoas em casa, a polícia disfarçada e somada a grupos de extrema direita passou a atacar os manifestantes que portavam bandeiras vermelhas. Queriam decapitar as manifestações, pois sem comunistas as massas são muito mais manipuláveis. Os agrupamentos que aderiam a essa política fascista eram levados pelos próprios policiais para atos de vandalismo, para dar conteúdo às acusações sujas das grandes TVs. Bastou a esquerda se unir e reagir e os fascistas e policiais afastaram-se, passando a dedicar-se somente à destruição. Quando não pode expulsar os comunistas, a direita começou a se retirar.

1.c – Foi lançada toda uma boataria que visava amedrontar e afastar parte dos manifestantes. O velho boato do golpe militar foi difundido em massa. Trata-se de muita ignorância. Os militares, quando deram o golpe de 1964, tinha planos, vinham tentando tomar o poder já por vinte anos. Tentaram em 45 quando derrubaram Getúlio, em 54 outra vez quando levaram Getúlio ao suicídio, em 55 não queriam deixar Juscelino tomar posse, em 62 tentaram outra vez, tentando não deixar Jango tomar posse, e só em 64 enfim conseguiram. Em resumo, não é fácil assim. Pelo contrário, é provável que parte dos militares tenha simpatizado com as manifestações. Hoje eles não têm um plano para o país, não têm unidade, não têm uma tradição golpista, assim como não têm o respaldo popular que tinham em 64.

Também a boataria partidária foi grande, para afastar os membros dos partidos adversários. Então, para afastar os tucanos, dizia-se que a manifestação era orquestrada pelos petistas. Para afastar os petistas, que era antipetista. Para afastar os comunistas, que eram de direita. Para afastar a direita, que eram manipuladas pelos comunistas. Mais uma vez, boatos possíveis somente porque a ignorância política é muito grande. Qualquer um que já tenha feito política sabe que manifestações desse tamanho não podem ser artificiais. Qualquer partido gostaria de ter tanto poder, gostaria!

1.d – Parte da boataria, mas talvez o mais forte boato, são as pesquisas. Se uma notícia reduziu as manifestações foram as “pesquisas” publicadas pelas grandes TVs, sugerindo a possibilidade da derrota de Dilma em 2014. Não que as pessoas a amem, mas têm um medo mortal da volta ao poder dos tucanos e da direita em geral. Hoje, noventa ou oitenta por cento dos eleitores petistas votam no PT contra a direita, por medo da direita. Alegam, para votar no PT, quase sempre, somente, que em caso contrário correríamos o risco da volta da direita. É obviamente uma mentira. Basta dizer que a direita se desmoralizou e perdeu grande parte de seus recursos durante esse movimento, e que os candidatos de direita a Dilma não ganharam pontos nas pesquisas. Contudo, assim como tem poder sobre o eleitorado de Dilma, o medo da volta da direita pode e está sendo usado para abafar as manifestações, e as pesquisas são usadas para isso. Tanto as pesquisas anteriores às manifestações, que davam altos índices de popularidade à presidenta, quanto as atuais, não merecem nenhuma credibilidade, até porque vêm de fontes reconhecidamente mentirosas.

Sobretudo o boato de que a direita retomou espaço é lunático. A direita brasileira está passando pelo seu pior momento desde que perdeu os escravos em 1888. Perdeu agora a força das TVs, que estão desmoralizadas. Há anos, e mesmo nesse momento, os políticos de direta têm sido obrigados a dois tipos de disfarce – alguns simplesmente migram de partidos mais à direita para partidos mais à esquerda, outros mudam o nome dos próprios partidos, ou criam novos, sempre com nomes mais à esquerda. Se fossemos acreditar em nomes, não existiram mais partidos de direita no Brasil. Mesmo o antigo PDS, partido da ditadura, acabou dando um jeito de se chamar Democrata, e uma parte dele, não contente, agora se denominou Social Democrata. Assim como a imprensa, não há partido que queira se confessar de direita.

1.e – Os governantes, nacionais, estaduais e municipais, passaram a fazer mais promessas que se estivessem em campanha. O ditado “entregar os anéis para não perder os dedos” tornou-se obsoleto. Os governantes fizeram chover anéis!  Assim foram retirando as bandeiras dos manifestantes. No caso da presença livre, se for aprovada nacionalmente, acabará com todo um movimento, o MPL, que foi central nessas manifestações e acabará por ter vencido. O governo não vai querer novas manifestações por passe livre em 2014!

1.f – A tudo isso soma-se a fraqueza e a força do movimento desde o seu início – a falta de projetos! As pautas do movimento, muito pequenas, muito econômicas, foram sendo conquistadas ou nem sequer têm poder de mobilização real. O movimento tornou-se grande por um sentimento de repulsa ao atual regime político, é o que se pode ler na maioria dos cartazes. Mas não existe um projeto para resolver essa questão central, e o governo prometeu a “reforma política”, do qual trataremos à frente.

1.g – O refluxo não significa que seja o fim. Certamente, mesmo que seja o fim de um momento de explosão social, a sociedade não será a mesma nos próximos anos. As manifestações tendem a ser mais numerosas e maiores que no período anterior a Junho, até porque o povo aprendeu que pode ganhar.

2 – O significado

O passe livre é bandeira antiga, sempre levou poucas centenas ou poucos milhares para as ruas brasileiras. As massas agruparam-se ao movimento depois da repressão policial e do apoio nojento das TVs à polícia. Em resumo, foi um movimento de significado político, tanto que a própria presidenta, outros políticos e comentaristas políticos entenderam e passaram a defender a necessidade da famosa “reforma política”, uma resposta aos anseios populares. Sem a declaração de reforma política é provável que o movimento não tivesse refluído.

É interessante compreender que antes do governo cair nas mãos do PT tal revolta seria impossível. A população então canalizava suas esperanças para as eleições, esperando que o PT mudasse o país. Após dez anos petistas essa ilusão desapareceu. Por isso hoje os manifestantes se voltam contra o regime, são antieleitorais, o que ficou mais óbvio pelo antipartidarismo. A sorte do regime político de 88 e do PT agora se confundem.  Quanto mais o PT se desmoraliza, mais o regime de 88 se aproxima de seu fim, e o PT em si não tem significado fora desse regime, sempre jogou todas as suas fichas em prometer que poderia melhorar o país sob a Constituição de 88. Quando o PT propõe a “reforma política” e mesmo uma Constituinte, está tentando salvar o regime e a si mesmo.

A história mostra que a única forma de um regime político se salvar depois de ficar desmascaradamente impopular é uma razoável reforma política. Os políticos que já compreenderam isso, as velhas raposas, estão tentando tudo de que são capazes, mas a simples demora da presidenta em apresentar os pontos da tal reforma são sintoma de que a montanha, mais uma vez, vai parir um rato, ou seja, uma reforminha que não enganará ninguém. O regime talvez não tenha capacidade sequer de se salvar. Descobriremos em poucas horas, quando a presidenta apresentar os pontos que propõe mudar e os congressistas derem sinais de que aceitam ou não.

3 – A direita apavorada

As manifestações já não deixam a direita dormir em paz, nem mesmo quando tenta usá-las, mas o anúncio de uma “reforma política”, que escrevo entre aspas porque acho que será medíocre ao ponto de só poder ser escrita assim, fez as TVs e todo resto da direita esquecerem os manifestantes e voltarem todas as suas baterias contra essa “reforma”. Detalhe, antes de conhecer seu conteúdo!!! Que medo! Que pavor! Antes mesmo de ser feita a proposta toda a direita entrou em desespero. Trata-se de muita incapacidade. Manter o regime de 88 vivo é do interesse da própria direita, aliás, quase só dela, e como temos dito, para sobreviver o regime precisa agora de um show de pseudo-mudanças.

4 – As propostas de “reforma política”

4.a – Uma das mais fortes propostas é o voto distrital. Os deputados passariam a ser eleitos um por distrito, e não mais por coligações estaduais. Não é uma proposta de esquerda, mas de direita pois favorece o poder financeiro. Cada distrito reuniria algumas cidades, portanto cada eleição gastaria o equivalente ao gasto de uma candidatura a prefeito em uma grande cidade. Apesar disso, seria um avanço, pois é melhor do que o sistema atual, em que os eleitores nem entendem no que estão votando e o poder financeiro já é dominante, de forma que nas últimas eleições nenhum candidato que gastou menos de um milhão de reais se elegeu deputado federal por Minas Gerais. O voto distrital permitiria candidaturas sem partido, se assim fosse aprovado na reforma política.

4.b – A melhor proposta em pauta é o voto em lista fechada, em que os eleitores votariam nos partidos somente. Seria altamente politizador e democrático, mas apesar de ser uma proposta do governo tem a oposição da maioria dos deputados, de toda a direita, das TVs e não é uma proposta simpática ao povo, que não gosta dos partidos (coisa que aliás não é de hoje).

A aprovação ou do voto distrital, ou do voto em lista fechada, ou mesmo do sistema misto, daria ao regime um fôlego, pois seriam mudanças que aguçariam a curiosidade da população, que voltaria a apostar nas eleições ao menos por mais alguns anos. É muito possível que o governo proponha o distrital misto, ou seja, teríamos metade dos deputados eleitos por distrito e outra metade pelos partidos ou coligações.

4.c – O fim das coligações é uma proposta forte entre os grandes partidos. Tem o mesmo objetivo da cláusula de barreira, que é excluir os pequenos partidos. Ora, seria suicídio! São exatamente os grandes partidos os mais desmoralizados, os que contam dezenas de denúncias de corrupção. Deixar o regime só com os partidos grandes e desmoralizados seria uma coisa que apressaria o fim do regime de 88. Um dos maiores prejudicados seria o PCdoB, fiel cachorro do PT, que só elege deputados em coligação com o PT. Os deputados pseudocomunistas teriam que optar entre se filiarem de uma vez ao PT ou perderem os mandatos. Muito comunistas que por questões sentimentais permanecem no PCdoB teriam que buscar outros partidos ou virarem petistas.

4.d – As forças verdadeiramente socialistas não conseguiram ainda chegar a um grau de unidade em que consigam aprovar e defender com força uma proposta de reforma política. A única proposta mais ou menos avançada que está em pauta é o financiamento público das campanhas eleitorais. Todos sabemos que vários países adotaram essa política, aliás odiada pela direita, mas não resolveram nada com isso. O financiamento privado continua ilegalmente e o poder financeiro se mostra na política também dominando a grande imprensa e fora dos períodos eleitorais. Segundo as declarações da presidenta, essa proposta deve estar incluída no projeto que apresentará.

4.e – Algumas propostas permanecem à beira da unanimidade na esquerda e entre as massas. O fim das reeleições mesmo de parlamentares, com a finalidade de dificultar que política se torne uma “profissão”; A revogabilidade dos mandatos; O fim dos assessores e a drástica redução dos salários dos políticos etc.

4.f – Algumas propostas ainda são muito fracas, mas poderiam ser fortes, a exemplo do fim da federação, portanto do Senado com seus dez mil funcionários, dos 27 governadores e seus secretariados e de mais de 1000 deputados estaduais com seus respectivos assessores.

No geral, como a história ensina, se a reforma política não vier o regime de 88 está condenado. Se vier e for positiva, prolongará a vida do regime. Se vier e for uma contra-reforma, por exemplo deixando somente os grandes partidos, a vida do regime de 88 será abreviada. Como não será nenhuma reforma significativa, não resolverá nada, e o regime terá no máximo mais uns 10 ou 15 anos.

5 – As TVs desmoralizadas

Para quem não sabe é importante informar que as TVs “brasileiras” são na verdade estrangeiras. Servem descaradamente ao poder de Washington, e é comum, entre o Brasil e os interesses de qualquer país do norte, ficarem contra o Brasil. Essas TVs são a coluna vertebral da direita brasileira, e juntos merecem a designação infame de Partido Português, pois continuam defendendo a recolonização do Brasil.

A forma de recolonização existente hoje no mundo, a forma que funciona para o capitalismo, é o domínio econômico. Então a tática do Partido Português atualmente é o liberalismo econômico. Se a economia brasileira estiver aberta aos capitais, como os capitais estrangeiros são muito maiores que os brasileiros, logo toda nossa economia estará sob domínio estrangeiro. Contudo, é um golpe muito descarado, já compreendido por todos. Engana somente quem quer ser enganado, ou seja, os militantes do Partido Português, gente conduzida pela rede Globo.

A desmoralização das TVs durante os movimentos foi clara! Para início de conversa as manifestações cresceram também em resposta às TVs, pois estas ficaram contra os manifestantes. As TVs não conseguiram abafar o movimento, por mais que tentassem. Também merece destaque o fato de que as pautas levantadas pelos manifestantes não são nem de perto as pautas repetidas há vários anos pelas TVs. Essa talvez tenha sido a maior decepção da direita! Naturalmente, as TVs não desistiram (não são pagas para isso) e continuaram tentando dirigir o movimento e retomar o prestígio político. Fizeram coro ao antipartidarismo, tentando voltá-lo contra os partidos revolucionários, e talvez assim tenham ensinado o povo a respeitar esses entre todos os outros partidos.

É tamanha a desmoralização das TVs abertas que as massas nas ruas berravam “O povo não é bobo, abaixo a rede Globo”, e hostilizavam repórteres, viravam carros das emissoras. A Globo e outras grandes TVs passaram a ter que fazer suas coberturas escondendo seus símbolos, ou escondidos em prédios altos e helicópteros. O coro das TVs contra a “reforma política” certamente foi compreendido pela população, que agora apóia a “reforma”, antes mesmo de saber de que se trata.

6 – Fracassos das tentativas de instrumentalização

6.a – Claro que a direita se infiltrou e tentou empurrar as manifestações para a direita. Com os olhos nas eleições de 2014, tentaram puxar o Fora Dilma. Ficamos sabendo de duas tentativas dessas, uma em Barbacena, outra em BH. Nenhuma delas conseguiu atrair nenhum (NENHUM) manifestante.

6.b – Os fascistas tentaram manipular as manifestações primeiro atacando a esquerda fisicamente (não sem ajuda da polícia), e quando isso se tornou difícil, tentaram a própria manifestação em seu principal reduto, São Paulo capital, quase só onde eles existem, e onde se concentra grande parte da população brasileira. Só conseguiram somar seus próprios militantes, uns quinhentos, o que para São Paulo é ninguém.

6.c – Os verdes tentaram também capitalizar o movimento para seu novo partido e suas candidatas, mas também não passaram de algumas centenas.

6.d – Por fim, também as tentativas da verdadeira esquerda de fazer movimentos só seus ficaram esvaziadas, embora não tanto.

6.e – As tentativas petistas foram as mais inadequadas, fora de hora, e custaram caro à imagem do PT, com uma de suas bandeiras queimada na rua.

7 – Ensaio para o povo e os revolucionários

O que vivemos não chegou a ser uma insurreição, mas foi quase! O povo das grandes cidades viveu um ensaio insurrecional, conheceu as suas próprias forças e as forças das tropas. No início do movimento nós o comparamos com a Revolta do Vintém (1879-1880), mas o movimento atual já ultrapassou as conseqüências do Vintém logo que os políticos começaram a recuar e prometer, sobretudo quando prometeram a “reforma política”. Agora, é hora do povo aprender que uma “reforma política” vinda do regime político que se precisa derrubar  naturalmente será uma pseudo-reforma. Só poderá aprender isso sofrendo.

7.a – Para os revolucionários foi um choque perceberem que a população mal os diferencia dos outros partidos. Foram atacados pelas fascistas enquanto manifestantes de direta berravam “Partido não” e “Oportunistas”. Um tapa na cara! Um merecido tapa na cara! As pancadas que receberam fez os partidos revolucionários, pela primeira vez em muitos anos, se unirem. Retomaram seu papel nas manifestações e as últimas manifestações, com a direita afastada e resmungando, tinham outro coro, “Bandeira na mão, Liberdade de Expressão”. A força da esquerda também se refez quando o movimento começou a realizar Assembleias, pois como todos já perceberam graças à internet, a direita não tem capacidade argumentativa nenhuma. Mas é óbvio que não basta. Não estamos disputando as manifestações, mas o futuro! Os partidos revolucionários têm se desmoralizado porque não têm sido revolucionários!

7.b – Os anos futuros serão anos de profunda disputa ideológica e política, uma disputa sobre o futuro, sobre o regime que queremos quanto o atual tiver caído. Parte da direita, já se pode notar há alguns anos, voltou a defender a ditadura, acha que 30 anos são suficientes para que a população tenha esquecido. É preciso mostrar ao povo um outro caminho, de uma democracia proletária, o que exige um potente sistema de comunicações e a coragem de dar exemplos nos Sindicatos, Umes e DCEs.

7.c – Os partidos revolucionários brasileiros não têm jornais, não têm comunicação. Os que têm não contam. São alguns punhados enviados para os militantes para que tentem vendê-los a R$ 1,00 ou R$ 2,00. Quando mesmo os grandes jornais de papel estão passando por dificuldades, perdendo assinantes, alguns fechando as portas, a esquerda brasileira quer vender jornais... O que precisamos são de centenas de milhares, milhões de jornais, e distribuídos de graça. Sim, nenhum grupelho tem capacidade para isso. Temos que somar forças e recursos. Também precisamos de provedores próprios de internet, e de sites com interatividade, incluindo nossos próprios blogs. Precisamos também produzir vídeos, profissionalmente. Em resumo, precisamos de toda uma rede de comunicações.


7.d – Não basta divulgar, quando se dá exemplos contrários ao que se diz. A esquerda revolucionária brasileira é viciada em aparelhar Sindicatos, DCEs e Umes, usando exatamente o mesmo processo que os partidos grandes utilizam para controlar o estado, uma pseudodemocracia, quase sempre as velhas e sujas eleições diretas. Outro desenho de democracia, soviético, precisa ser empregado. Nos DCEs temos que entregar o poder aos CAs, nas Umes aos Grêmios (mesmo antes destes existirem, sim) e temos que inventar formas realmente democráticas pela qual os operários possam dirigir seus sindicatos. Se não quisermos dar o exemplo nas organizações sobre as quais temos influência, então porque o povo deveria acreditar em nossas boas intenções? 

Comentários

Revistacidadesol disse…
Maravilhosa análise!Só faltou enfocar um ponto interessante: a violência revolucionária. Ficou bem claro que uma revolta violenta é que virá acabar com o que vc chama de regime de 88.

Aqui em Bom Despacho foi só uma micareta contra o PT, mais nada...Abs do Lúcio Jr.
Jorge Ramiro disse…
Eu não sou um político, sou um chef e trabalo em ums restaurantes em vila madalena, mas como cidadão eu acredito que os políticos devem assegurar o bem comum.