quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Eleições diretas e presidencialismo colocam revolução venezuelana em perigo mortal

A doença do presidente Hugo Chavéz Frias nos remete novamente ao ponto fraco da Revolução Bolivariana, sua insistência em manter um regime político capitalista (eleições diretas), e do pior tipo, o presidencialista. Porém, sem o Coronel não será fácil para a esquerda venezuelana nem sequer se manter unida, quanto mais vencer as eleições. A situação venezuelana não tem nada haver com a brasileira. No Brasil, temos um governo de direita com eleitorado de esquerda, que faz uma poucas concessões a esses eleitores, sobretudo no terreno internacional, onde as posições da esquerda coincidem com os interesses capitalistas brasileiros. Na Venezuela existe um governo socialista, que ao contrário do brasileiro, não é sustentado mas repudiado pelos capitalistas, que são obcecados em retomar o poder.

Como se nota, a possibilidade da vitória, mas sobretudo manutenção no poder, de Hugo Chavéz esteve ligada ao fato de se tratar de um militar de alta patente. Somaram-se então duas grandes forças, no que era no momento o elo mais fraco do sistema capitalista mundial. Com a tentativa de levante militar comandada pelo Coronel, ficou claro que amplos setores das forças armadas queriam uma revolução, então a união de toda a esquerda em torno de Chavéz foi natural. Foi também um acaso com o qual não se pode contar nem em um quinto das vezes, que o Coronel é realmente revolucionário e socialista, e corajoso e honrado. Mas isso não se pode garantir de nenhum outro até que ele atinja o poder...